O Luxo da Barroquinha

Em Salvador uma antiga igreja barroca hoje é palco de emoções.
Fiquei extremamente encantado com a apresentação da Orquestra Sinfônica Afro Brasileira no centro antigo da capital baiana.
A Música transporta-nos para lugares inimagináveis. Fiquei extasiado com tamanha beleza e profissionalismo.

Buscas de raízes da distante Africa inseridas nas complexas partituras clássicas e também contemporâneas.
A sensação é de estarmos diantes de anjos que entoam o mais puro som com a mais bela alma.
Um presente, literalmente um presente!
Fundamental a todos que passam por Salvador conhecer esse trabalho que transcende horizontes e explicações.

A Igreja de Nossa Senhora da Barroquinha foi erguida em 1726. Seu nome deriva de barroca, uma referência à baixada aonde foi construída. Em 1764, passou a sediar a Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Martírios, formada por escravos. O templo católico foi também usado pela Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, uma tradicional irmandade negra.
Essas irmandades deram importantes contribuições nas questões sociais entre brancos e negros, e no desenvolvimento do sincretismo religioso baiano.

Destacavam-se as culturas nagô-iorubá. No início do século 19, passou a funcionar um terreiro de candomblé, anexo ao templo católico da Barroquinha.
Esse terreiro foi obrigado a abandonar o local, na segunda metade do século 19.
Em meados do século 20, o templo já estava fechado e em estado precário. O prédio passou a ser utilizado por alguns barraqueiros para guardar materiais. Em 1984, o que restava da igreja foi parcialmente destruído por um incêndio.

Após sua restauração, em 2009, o local foi reinaugurado como Espaço Cultural da Barroquinha, administrado pela Fundação Gregório de Matos. Possui plateia para 135 expectadores e capacidade para receber espetáculos de teatro, dança e música. Conta também com área para exposições.
Luxo do luxo de nossa terra, de nossa gente.


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