Eu fiquei apaixonado por essa história e precisamos divulgar a todos os ventos!

Segundo relato pessoal de sua mãe, Cristine Carvalhal.

Lucas Carvalhal é um lutador desde sempre.

DESDE SEMPRE, DESAFIOS

Nasceu em 2006, e até completar seu primeiro ano de vida, Lucas era um bebê normal, com seu desenvolvimento motor e cognitivo evoluindo dentro do esperado. Mas, de repente, surgiram fortes dores abdominais. As tais dores não eram boas notícias: Lucas foi diagnosticado com um grande tumor na medula da coluna torácica. Junto com a equipe médica foi indicada uma cirurgia de emergência, que infelizmente não seria a única.

Segundo os médicos, o procedimento havia sido bem sucedido, diziam ter retirado uma boa parte do tumor, porém, mais tarde com a patologia foi diagnosticado um Astrocitoma grau II. Foi um pós-operatório difícil, pois os sintomas ainda estavam muito presentes e sua coluna e pernas já apresentavam algumas sequelas. Com apenas dois meses passados, Lucas já estava fazendo a ressonância de controle quando se notou que pouco tinha se retirado do tumor.

FAZ-SE CAMINHO AO CAMINHAR

Começou uma busca por caminhos possíveis. Família, amigos, buscas na internet…toda uma rede de suporte e esforços para chegar em um grande médico nos Estados Unidos. Ele aceitou o caso, e em pouco tempo Lucas realizava sua segunda cirurgia. Foi tudo muito rápido. Seria um procedimento agressivo, mas com chances de bons resultados e poucas sequelas.

Os médicos desta vez foram certeiros, mas o procedimento foi, de fato, agressivo e deixou muitas dores. Lucas perdeu todos os movimentos da cintura para baixo, mas o prognóstico era bom, pois removeram grande parte do tumor e o pequeno futuro atleta não precisaria fazer quimioterapia. A família voltou ao Brasil e começou intensa fisioterapia.

Mas nada era fácil! Uma nova ressonância de controle denunciou novamente o crescimento do tumor. Em julho de 2008, os médicos americanos vieram para o Brasil para a terceira cirurgia.

Novamente, uma difícil recuperação, combinada com uma notícia ruim: na patologia, apareceu uma agressividade maligna em uma das lâminas. Em outubro, começava a quimioterapia. Muitas complicações e muitas intercorrências em seis meses – e, mais uma vez, o risco de vida. O tratamento foi suspenso.

UMA DECISÃO E UM NOVO FOCO

Em abril de 2009, o foco foi direcionado para a reabilitação e ressonâncias de controle. Assim, o ano terminou com redução do tumor e melhora nos movimentos. Mas a alegria durou pouco: em 2011, Lucas começou a cair, perdendo as forças. A fibrose das cirurgias passadas estava estrangulando a medula. No mês de julho, a equipe médica americana estava de volta para sua quarta cirurgia.

NOVA REALIDADE

O resultado foi complicado. Não conseguiram soltar a medula. Veio a primeira cadeira de rodas e a intensa fisioterapia: solo, piscina e cavalo. Apesar da leve melhora, a cadeira começou a fazer parte da vida do Lucas.

No ano seguinte, em junho de 2012, a quinta cirurgia acontecia, mas desta vez Lucas corria o risco de perder totalmente seus movimentos. Para ​grande alegria de todos, isso não aconteceu – mas as sequelas já existentes permaneceram.

UM NOVO FUTURO

Com o passar do tempo a família, muito unida e espiritualizada, buscou caminhos. Em 2015, surgiu o esporte paraolímpico! Lucas sempre gostou de esportes e desafios – vide sua própria vida – e tudo que passou tornou-se um grande incentivo. Começou treinando basquete, mas se encontrou no tênis de mesa, ​sua grande paixão!

Em 2016 iniciou no esporte, e mais intensamente nesse último ano que começou a treinar no Centro Paraolímpico com os professores da seleção brasileira. Seu sonho e objetivo são as Paraolimpíadas. Ele se destacou nesse último ano nas competições e os mais experientes compartilharam muitos conselhos para o futuro. “O Lucas é um menino muito feliz e dedicado, cativa a todos que encontra, pura luz!” comenta emocionada, Cristine Carvalhal.

Não são só as palavras e relatos da mãe Cristine que moldam esse texto. Hoje, Lucas Carvalhal com 13 anos também dá seu depoimento: “Aos​ 6 anos a cadeira de rodas entrou em minha vida de fato. Não entendia o porquê, mas sabia que precisava aprender a me movimentar e que seria diferente. Foram 3 anos aprendendo, entendendo, crescendo. Já estava tranquilo com a família, escola, amigos, viagens, mas como todas as outras crianças, queria um esporte. Tentei a natação e o basquete, mas foi no tênis de mesa que encontrei a adrenalina, a emoção… Esqueço tudo e só vejo meu oponente. Escuto só a bolinha quicando na mesa. Hoje tenho certeza: ​quero​ ​levar o tênis de mesa paraolímpico pelo mundo, trabalhar para melhorar as condições dos jogadores que não tem recursos financeiros, melhorar as condições das competições e ser o melhor do mundo”.

Saiba mais sobre o atleta mirim acessando suas redes:

Instagram: @lucascarvalhaloficial
Facebook: /lucascarvalhaloficial

Pódios 2019:

Março/2019 = 1a Etapa Paulista = Prata

Março/2019 = Copa Brasil Etapa SP = Prata

Abril/2019 = 2a Etapa Paulista = Ouro

Abril/2019 = Copa das Federações = Bronze

Maio/2019 = Copa Brasil Etapa Brasília = Bronze

Junho/2019 = Copa das Federações BH = Ouro

Agosto/2019 = Copa Brasil Etapa Maringá = Ouro

Setembro/2019 = Super Copa Brasil – Cuiabá = Ouro

Dezembro/2019 = Campeonato Brasileiro = Ouro

Extra: Troféu Paratleta do Ano Masculino de Tênis de Mesa na Classe 5