Maloca: tipo de cabana comunitária utilizada por alguns nativos indígenas da região amazônica . Cada tribo tem sua própria espécie de aloca, com características únicas que ajudam a distinguir um povo do outro.
Pode ter vindo também do tupi, que quer dizer; casa de guerra; ranchada de índios”.

Essas definições “acadêmicas” podem nos ajudar a conhecer a origem desse nome, muitas vezes controverso, tão comum em nossa língua. Já ouvimos a derivação “maloqueiro” para um indivíduo desajustado, arredio e muitas vezes associado a alguém à berlinda da sociedade.

Aqui falaremos de outros significados: sofisticação, frescor, swing, criatividade, e outros tantos que poderiam encher muitas linhas.
Falo da Maloka Chic, banda que tive o prazer de conhecer ano passado e já me sentir muito próximo de seu trabalho a ponto de já termos uma gravação juntos, em um single lançado este ano juntamente com o João Sabiá.
Formada por André Mota nos vocais, Samuel Silva (Mucão) bateria e Robson Couto (Ró) no contra baixo, a proposta da
banda é fundir influências que passeiam pela Música Popular Brasileira e clássicos da música mundial, com uma sonoridade cheia de personalidade e extremamente sintonizada com o universo musical atual.

André Mota é um cantor firme e cheio de energia. Possui um timbre único e precisão ímpar, tanto em suas interpretações como na montagens de vocais. Dá gosto de ouvir.

Mucão (o Samuel), conduz sua bateria com uma elegância digna de nota. Num instrumento onde sua principal função é manter o beat, ter protagonismo é para poucos. Tanto acompanhando outros artistas, quanto na Maloka Chic, sua classe e escolhas de timbres e afinação do instrumento são diversão garantida. Robson Couto toca um instrumento que, para muitos, desaparece dentro da música, some na base. Mas tente tirar da música que uma sensação de vazio surge, é aí que o baixista é dos bons! Seu “casamento” com o Mucão vale o show e sua participação em todos os arranjos são determinantes.

Criada há 8 anos a Banda Maloka Chic já conquistou seu espaço e fãs com músicas autorais e releituras de grandes clássicos. Os integrantes da Maloka Chic possuem vasta experiência no mercado tendo acompanhado grandes artistas como Gal Costa, Sandra de Sá, Fernanda Abreu, Claudio Zóli, Paula Lima, Alejandro Sanz ,entre outros.
Ao longo desses anos a Maloka Chic se apresentou em grandes casas de São Paulo e festivais pelo país como Festival Filó, Bourbon Street entre outros. Em 2017 devido ao grande sucesso do projeto a banda foi convidada a participar do Festival Rock In Rio realizando 28 shows em 7 dias.

A banda Maloka Chic acaba de lançar seu primeiro álbum homônimo com um repertório autoral de 10 faixas e
participações especiais de Claudio Zoli na faixa “Cena de Cinema” e Kivitz na faixa “Veja o Sol”.

Quando me deparei com o som da Maloka Chic, foi como estar de frente a um oásis, devido a tanta aridez no nosso
cenário musical atual. Ver uma moçada querendo fazer a diferença musicalmente, influenciando sua geração e levando um recado repleto de idéias e leveza, me fez abrir um sorriso na hora. Com muitas influências evidentes e sem a
pretenção de escondê-las, a Maloka enche seu álbum com canções melodiosas, samba-funk, batidas psicodélicas, JAZZ e muitas outras sonoridades.

Em momento algum surge a sensação de falta de personalidade, ou que uma colcha de retalhos fora costurada. Tudo faz muito sentido, porque o que conduz tudo é a convicção de estar fazendo algo verdadeiro.

O disco abre com uma canção que, curiosamente não flerta com toda essa sonoridade. “As Rosas” tem uma onda psicodélica, com uma sonoridade de suspense muito interessante.
A segunda faixa do álbum “Ao Nascer do Som” é uma canção dançante, deliciosa, daquelas de ouvir ao menos 3 vezes seguidas a cada audição.
O disco vai seguindo dentro do combinado até surgir a canção “Veja o Sol”, novamente uma surpresa. Fundindo Hip-hop, música eletrônica e jazz progressivo, me remetendo ao grupo YES, só que bem mais comportada, é
uma de minhas favoritas.

O folk melodioso surge em “Domingo”, que como o nome sugere, é pra se ouvir relaxado com uma bela paisagem à frente.

A mais “brasuca” de todas é a bem humorada “Vai Tomar Banho”.
Samba-Funk do bom, gostosa de ouvir e de se divertir.

A sofisticada, jazzística e profunda “Lírios do Campo” é aquele momento do álbum para se sentar a apreciar as imagens pintadas ao longo da música. Um respiro muito bem proposto pela banda.
Adoro esse trabalho da Maloka Chic, um cartão de visitas extremamente bem construído, com toda calma e dedicação, mas com muita energia boa! Sinto muito orgulho deles, por acreditarem que podem fazer a diferença.

Viva a música!