Casais embaralhados em Jogo Aberto
Adorei a temática apimentada que encaixa-se muitas vezes em nossas vidas amorosas.
Três casais se reúnem para mais um jantar entre amigos e a noite garante muitas surpresas, segredos e emoções na comédia “Jogo Aberto”, de Jeff Gould, traduzida e dirigida por Isser Korik. A temporada acontece até 31 de julho no Teatro Folha.
A versão brasileira da comédia “Jogo Aberto” (It’s Just Sex) tem no elenco os atores Ricardo Tozzi, Natallia Rodrigues, Tania Khalill, Alex Gruli, Pedro Henrique Moutinho e Guta Ruiz. Na trama, o que começa como um simples encontro entre amigos, logo se transforma num perigoso jogo de sedução, em que os personagens confessam intimidades e acabam vivendo experiências que vão afetar a ‘estabilidade’ dos casais. Num “Jogo da Verdade Alcoólico”, eles confessam desejos e sentimentos íntimos e  acabam discutindo sobre valores como honestidade emonogamia. O resultado tem efeito cômico, romântico e ao mesmo tempo provocativo.
O diretor Isser Korik comenta sobre a escolha do texto: “Sempre gostei de comédias de situações, de textos em que a força dos acontecimentos é maior que a dos diálogos. Achei o tema muito pertinente e bem tratado. São questões que estão na vida de todos aqueles que vivem um relacionamento de longa duração. Os personagens são muito bem construídos e não há como o público não se identificar com algum deles”.
O ator Ricardo Tozzi faz o personagem Paulo, um executivo de finanças que é flagrado numa traição conjugal pela esposa Evelyn, personagem de Guta Ruiz. Júlia, interpretada por Tania Khalill, é uma massagista sexy que resiste aos avanços sexuais do insaciável marido Milton, personagem de Alex Gruli. Natallia Rodrigues vive a advogada Lilian, uma mulher controladora, casada com o tenso André, um profissional da informática,personagem de Pedro Henrique Moutinho.
O encontro entre as personagens acontece na casa de Paulo e Evelyn, logo após a mulher flagrar Paulo com outra mulher. O jantar, cujo pretexto era comemorar a liberdade alcançada com a viagem dos filhos para um acampamento, acaba se tornando o momento em que todos revelam as angústias de seus casamentos. Eles tentam esconder sentimentos em conversas descontraídas, mas as altas doses de álcool liberam fantasias e segredos inconfessáveis. Quando a “mágica”desaparece os três casais precisam encarar o resultado de suas ações, provocando uma reflexão sobre o amor e o compromissoconjugal.
Em todos os lugares onde foi encenada, a peça recebeu ótimas críticas e foi considerada ruidosamente engraçada, provocante, perspicaz, tocante e, finalmente, edificante. Devido ao seu tema universal, as plateias se identificam com as situações da peça ao verem a si mesmas em cada um dos personagens e casais.
Isser Korik diz que para alcançar o resultado cômico, concentra a atenção em todas as nuances oferecidas pelo texto e no trabalho dos atores. “É uma comédia que depende muito da química dos atores entre si e de um ritmo preciso. É esse resultado que buscamos para garantir o efeito cômico”, diz o diretor.