Sou apaixonado por um hotel em São Paulo chamado Transamerica Berrini. Sempre indico a profissionais e famílias que vem a São Paulo por alguns dias, pois além da excelente localização, tem um atendimento carinhoso e uma gastronomia exemplar.

Todos de fora e da capital deveriam saborear as iguarias únicas do fantástico Tulsi Indian Cuisine, de cair o queixo!

Nessa época de pandemia, ao invés de simplesmente fecharem o hotel minimizando custos, todos uniram-se e criaram um atendimento especial aos profissionais da saúde. Emocionante!

Fico lisonjeado, primeiro, de adorar um hotel que tem essa atitude e, depois, de ver que temos profissionais conscientes capazes de atuar de forma humana dentro de seus negócios. 

Conversei com a Gerente Geral Eliana Ribeiro que me posicionou sobre as ações em andamento. Vamos lá: 

  1. Vocês como referência da Hotelaria brasileira, como agiram diante da pandemia com os hotéis?

Resposta: No início, reagi com muita perplexidade, como se tivesse levado um choque de alta voltagem que me paralisou. Em 30 anos de hotelaria, nunca havia passado por uma crise como essa, algo sem precedentes. Após o choque inicial, começamos a buscar formas de nos mantermos em funcionamento, pensando principalmente em nossos colaboradores.

Aqui na minha região, somos 06 hotéis da mesma categoria e, com tristeza, constatei que cinco haviam suspendido suas operações.

  1. Desde quando iniciaram as atuações?

R: Imediatamente após a notícia sobre o distanciamento social e a quarentena que nos foi sendo gradativamente imposta. Buscamos contatos com entidades do setor da saúde que, neste momento em especial, nos oferecem condições de parceria, por precisarem oferecer hospedagem ao corpo médico.

  1. O que fizeram de diferente com a relação a estrutura que possuem, para que a mesma não permaneça ociosa?

R: Assinamos contrato com o Hospital Israelita Albert Einstein para não termos que fechar o empreendimento.

  1. O Hotel hoje está sendo utilizado de que forma?

R: Vou lhe responder com as medidas que tomamos para poder atender o corpo médico, num momento tão delicado, que exigem medidas mais rígidas e um controle muito grande para o cumprimento dos protocolos por parte de nossos colaboradores, visando a segurança de todos. Toda nossa rotina foi modificada: mudamos todos os procedimentos de limpeza, adotando os protocolos utilizados para higienização hospitalar – inclusive com a mudança dos produtos de limpeza. Foi montado todo um aparato para instalação de dispensers de álcool gel em todos os andares além das áreas sociais e de colaboradores; interdição das áreas sociais e de convivência dos colaboradores; suspensão dos serviços de  sauna, piscina, academia e restaurante. O café da manhã passou a ser servido no formato de lunch box, e o almoço e jantar apenas por room service. Foi criado um distanciamento para pessoas no balcão, entre outras medidas.

  1. Como enxergam o impacto que a reclusão social gerará na hotelaria em geral e no turismo como um todo?

R: Marcelo, esse é um ponto crucial… eu penso que a hotelaria terá que se reinventar. Nada será como antes num médio prazo. A retomada da hotelaria dependerá de como a economia vai reagir, em quanto tempo. Neste momento, nosso setor depende, infelizmente, de todos os outros que estão enfrentando a mesma crise. Teremos que encontrar caminhos e soluções o mais diversas possível.

Eliana Ribeiro de Souza
Profissional da Hotelaria
Gerente